O stress das férias...
Eu sei que o título deste artigo parece paradoxal... Afinal de contas, as férias não servem para relaxar...? Não é suposto pararmos de trabalhar neste período e descansar...?
Bem, a resposta a estas perguntas depende do ponto de vista de quem responde...
Para uma pessoa que decida passar as férias em casa, refastelada no sofá, sem hora de acordar, dormir e comer, até acredito que seja. Agora, para alguém que já é stressada normalmente e decide ir a algum sítio, pode ser pior que um dia de trabalho.
Primeiro, é preciso decidir onde se vai. Toca a ver promoções e descontos, comparar preços e ir a diferentes agências para conseguir o melhor pelo menor preço, isto já para nem falar na catrefada de sites consultados... Gastar muito ou gastar pouco...? Pois depende... Se for alguma promoção de última hora que valha a pena... Europa, África, Américas, Ásia (parte-se do princípio que se excluem os polos... que alívio... já ajuda muito...). "Tem que me dizer alguns destinos. O mundo é muito grande", diz a senhora da agência. E eu fico a olhar para ela, indecisa sobre se ela está a ser irónica ou se me está a passar atestado de estúpida... (quem me mandou ir lá depois de vir do ginásio, com ar esgrouviado?...). Passo à frente nesta minha indecisão. Não vale a pena chatear-me já com ela. Deixo isso para quando voltar de viagem (porque há sempre alguma coisa que não corre bem...). Acabo por lhe dizer os sítios aonde não quero ir. (quatro ou cinco; que grande ajuda! Afinal, sempre levou o troco...).
Para cúmulo, odeio andar de avião. Faço parte daquela percentagem de pessoas que tem pavor, por um lado, mas que, por outro, tem a plena consciência de que ou se enfia lá dentro ou não vai a lado nenhum de jeito nunca, portanto, de vez em quando, lá faço um tratamento a mim mesma, repetindo o mantra "tens de te enfiar num avião, o tipo que o vai a pilotar é o primeiro que não quer que aquilo caia" (oops, salvo raras exceções...), enfio três ou quatro xanax no bucho e dedico-me a pisar os braços de quem vai ao meu lado toda a viagem (a outra alternativa, se for homem, é fazer a depilação a seco...).
Outro stress é com a bagagem. Detesto fazer malas e mais ainda condicionadas... Não se pode levar muita coisa (para poder trazer alguma coisita), mas, também se corre o risco de levar a menos e depois ter que gastar dinheiro em coisas desnecessárias. Depois há sempre o drama com o dinheiro e documentos (onde esconder, onde levar, quanto levar) e se vamos para um país fora da Europa, a história dos câmbios e das contas a fazer.
Quando todas estas fases passarem e finalmente chegarmos ao destino, seja lá ele qual for, passa-se sempre por aquela fase do desconhecido e da habituação (à cultura, à língua, à comida, ao clima...). Por último, depois que a pessoa já começa a "conhecer os cantos à casa" é a hora de vir embora. Hunf!
É de referir também a companhia com quem se vai. Isso é muito importante, porque ou as pessoas estão dispostas ao mesmo tipo de experiências ou então, vai "dar raia", com certeza. Por exemplo, jamais teria paciência para me meter num avião nove ou dez horas para chegar a um sítio, ser enfiada num resort e estar ali na praia, de papo para o ar de manhã à noite, a torrar e a vegetar...
Pronto, agora que já me passei um bocadinho neste artigo, vou ver se decido o que vou fazer nas minhas férias que começam na próxima semana... :) O ideal é ir de férias e depois ter uns dias para "férias das férias", se é que me entendem...