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Brega & Chique

Este é um blogue de uma mulher portuguesa com todas as (f)utilidades inerentes a essa condição...

Objeto de desejo: les Specs - «The last Lolita», o livro e os filmes

 

 Lolita é um clássico da literatura, escrito pelo russo Vladimir Nabokov, que veio a viver posteriormente nos Estados Unidos devido a circunstâncias histórico-políticas. A história gira à volta de Dolores (Lolita), uma adolescente por quem um professor universitário de meia-idade se apaixona violentamente, cometendo as maiores loucuras para ficar com ela. Chamar-lhe-íamos pedofilia, claro está, mas o livro (controverso até hoje) apresenta-nos o ponto de vista de Humbert Humbert, o narrador. Se nos esquecermos deste pequeno grande pormenor, até poderíamos ver o molestador como vítima e não o contrário, porque nos escapa por momentos que é a perspetiva do molestador que está exposta...

 

Nada como ler a fonte. Podem adquirir, por exemplo, aqui por 18€.

 

Se nos custa, por vezes, ter em conta da força da subjetividade do narrador, no cinema, isso torna-se muito mais difícil. O primeiro filme saiu em 1962:

 

 

 

O segundo, em 1997 e foi estrelado por um dos meus atores preferidos, Jeremy Irons.

 

 

Em ambos os filmes se omitem pormenores importantes do livro que nos fazem tender a "desculpar" e a tentar compreender as atitudes do verdadeiro protagonista da história, especialmente no segundo. Lolita aparece como insensível, provocadora e interesseira, quase parecendo que o verdadeiro herói é o padrasto que tenta resistir. Aliás, as violações não são flagrantes nos filmes.

 

É preciso não esquecer que os filmes são sempre adaptações dos livros, daí que, se realmente a história nos interessa, podemos sempre ir à fonte para comparar.

 

 

E isto tudo a propósito dos óculos que foram inspirados nesses que a Sue Lyon usou no primeiro filme, bem segundo a moda da época de cat eye e que está novamente na moda e eu adoro.

 

Eu escolhi esta cor, mas no site encontram também outras, incluindo, o original vermelho.

 

Podem adquirir aqui por 105€.

 

 

 

Já agora, no site tem outros modelos que podem ver muito giros. Trata-se de uma marca australiana dos anos 70.

 

 

Dois em um: «O doente inglês» de Michael Ondaatje e «O paciente inglês», de Anthony Minghella

 Para quem não tenciona sair de casa no fim de semana, deixo aqui estas duas sugestões: «O doente inglês», de Michael Ondaatje e «O paciente inglês», um filme baseado no livro, com realização de Anthony Minghella.

 

Primeiro, vi o filme. Trata-se de um filme de 1996, que angariou a "módica" coleção de 9 óscares, para além de 2 globos de ouro e outros prémios. É um dos filmes que já vi várias vezes e que continua a comover-me.

 

Quanto à história, passa-se no final da Segunda Guerra Mundial. Um desconhecido que teve queimaduras generalizadas quando o seu avião foi abatido e é conhecido apenas como "o paciente inglês" (que, ao fim e ao cabo nem sequer era dessa nacionalidade) acaba por receber os cuidados de uma enfermeira, Hana. Gradualmente ele começa a narrar o grande envolvimento que teve com uma mulher e de como este amor foi fortemente correspondido. Mas da mesma forma que determinadas lembranças lhe surgem na mente, outros detalhes parecem não vir à memória, como se ele quisesse que tais factos continuassem enterrados e esquecidos.

 

Contudo, o filme não é "só" esta apaixonante história de amor. Tem um palco de guerra, política e culturas divergentes. Refere-se a sentimentos como o amor, a raiva, a amizade e a traição. E à falta de sorte também... a coisas que parece que estavam à partida condenadas. A densidade psicológica das personagens é bastante intensa e complexa. É preciso percebê-las bem. Mas o elenco é de luxo e "facilita-nos" o trabalho, com atores como Colin Firth, Juliete Binoche, Ralph Fiennes e Willem Dafoe.

 

Uns anos mais tarde, li o livro, de Michael Ondaatje, vencedor do prémio Booker Prize, o mais conceituado prémio literário inglês. À semelhança de outros filmes/ livros estava à espera de gostar ainda mais do livro... Mas, não... Fiquei desiludida. Não sei se foi do tipo de escrita, se do que foi, mas não gostei tanto como do filme. Fui, então, rever o filme para ver se a ideia que tinha estava deturpada, mas não. Ainda fiquei a gostar mais do filme. É questão de experimentarem. Comecem pelo livro, desta vez...

 

Aqui fica o trailer do filme para seduzir:

 

Filmes: «Anna Nicole Smith Story» e a dita cuja

 Vi este filme quase "por acidente" e não, não vou falar de nenhuma obra-prima da 7ª arte... Mas vi-o e, apesar de tudo, confesso que sempre me intrigaram estas bonecas criadas para serem coelhinhas da Playboy. É que, debaixo do objeto sexual que se cria, existe uma mulher. Uma mulher verdadeira, com emoções, problemas e medos iguais a todas as outras. Não apenas aquele corpo perfeito, com mamas de silicone, carinha bonita e cabelo platinado. Elas respiram. São humanas, como todos nós e ah!... pensam também e cometem erros como qualquer outra mulher pode cometer, sem ser sexy e aparecer em revistas de mulheres nuas...

 

No tempo em que as mulheres apareciam nuas na Playboy (agora já nem aparecem, veja-se só como o mundo anda às avessas!) esta foi uma das coelhinhas que mais se destacou. Não só pelos argumentos inegáveis que apresenta a olho visto como por toda a sua história de vida... e de morte.

 

 

 Nasceu Vickie Lynn Hogan, no meio do nada, no Texas. Deixou a escola cedo e cedo também teve o primeiro filho, logo aos 16 anos. Cansada de viver miseralmente, mudou-se para a capital texana em busca do seu sonho de ser modelo e atriz. Desde pequena que idolatrava a Marilyn Monroe e a tentava imitar, ao ponto de o fazer na perfeição. Foi num clube de strip que conheceu o seu futuro marido de 89 anos, que lhe proporcionou estabilidade e segurança.

 

 Ela aceitou casar com ele mais tarde, já depois de ser conhecida pela Playboy. Amor verdadeiro ou interesse, who knows? O filme opta notoriamente pela primeira hipótese...  Depois de ele morrer, andou em guerra no tribunal com o filho dele por causa da herança. Até ela morrer (anos depois) o caso ainda não tinha sido resolvido, depois de ela ter sido humilhada e espezinhada em tribunal e o seu filho já crescido ter problemas em lidar com isso.

 

 

Ela chegou a fazer vários bons trabalhos, como a campanha para a marca Guess?, entre outros. No entanto, a sua dependência pela excessiva medicação, a depressão, a guerra no tribunal, a perseguição pelos media e o estado depressivo em que caíra o seu filho levaram-na à decadência, patente num reality show que protagonizou em que não podia estar pior.

 

 

Felizmente, ela ainda conseguiu recuperar a sua saúde física e mental e tudo pareceu melhorar quando ficou grávida da sua filha. No entanto, logo depois da bebé nascer, o seu filho (já de 20 anos) morreu com uma paragem cardíaca, três dias depois, no hospital onde estava para visitar a mãe e a irmã. Ela nunca mais recuperou, vindo a falecer 5 meses depois, tal como o filho, vítima de misturas de medicamentos acidentais, pois nenhuma droga ilegal foi encontrada nos dois.

 

 

Depois dela morrer, ainda houve uma verdadeira luta pela paternidade e guarda da filha (três possíveis pais e a avó), pois esta menina valeria milhões... Para além de ser filha dela (podemos ver aqui uma campanha em que com 6 anos já fazia para a marca Guess?), seria a herdeira da fortuna que ela nunca chegou a receber em vida do seu marido bilionário (e que nem a filha receberá, depois de uma batalha de 14 anos em tribunal). Afinal, até na morte ela não pôde estar em paz... E acabou por morrer nova como o seu ídolo...

 

 Quem quer ser Playmate depois disto tudo...? Not me... :)